quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Tudo seria perfeito se nao existissem os dedos dele...

Era uma vez um casal que vivia feliz e contente, apaixonados, fazendo juras de amor eterno um ao outro ate que um dia, eles terminaram.

- Como assim?
- Terminaram!
- Mas o que que aconteceu?
- Ela terminou por causa dos dedos dele.
- Por causa dos dedos dele? Nao entendi!?
- E, ela disse que nao podia tolerar mais o jeito que ele faz com os dedos quando fica feliz, empolgado, quando vai contar uma coisa com otimismo.
- Como ele faz com o dedo?
- Nao sei, nunca reparei.
- Mas que coisa, nao. Eles se davam tao bem, eram um casal perfeito.
- Pois e. Coisa dela.

E quantas vezes essas coisas nao sao nossas, nao sao minhas?
Quantas vezes nao bloqueei grandes planos, nao terminei alguma coisa antes do suposto grande sucesso, por causa dos dedos?
Varias vezes!...
No comeco e muito facil ver as flores e se encantar com as pequenas bolhas de sangue produzidas pelos espinhos.
No comeco e facil virar a noite conversando, sendo que o horario de entrar no trabalho, no dia seguinte, e as sete.
No comeco e divertido, interessante, relevante e prazeroso.
Com o tempo, a bendita intimidade, a monotonia, quebram a magia do comeco, pra mostrar a realidade. E essa realidade e cruel. Comeca a existir a necessidade de 'colocar os pingos nos is', fechar a janela e trancar o cadeado, dobrar sem deixar vincos, esvaziar o lixo e colocar saco plastico novo. E isso alem de cruel e dificil, muito dificil...
No comeco se o que e pra durar meia hora dura cinquenta minutos, nao e nada; se a lampada queimou, pra que existe o abajur? Se faltou gasolina, 'hoje e minha vez de enxer o tanque'. Acabou a bebida? 'Essa rodada e por minha conta'.
So que com o tempo, a falta de paciencia torna um minuto a mais uma eternidade, o abajur so serve pra enfeite, 'e mais facil vender o carro ja que esta sempre sem gasolina', 'parei de beber porque nao aguento mais bebados'...
Isso e o que o tempo faz com com as coisas, com as pessoas... traz a intimidade, a monotonia.

E esses dedos, os mesmos responsaveis pelo termino do relacionamento, foram os quais um dia encantaram, que tornavam os gestos dele tao sutis e deslumbrantes que podiam ser comparados a uma orquesta sinfonica de tao sincronizados que eram as palavras dele com os movimentos dos dedos...

E o engracado e que essa sincronia que um dia esteve presente, sempre vai estar.

E como e comum a mim e a todas as pessoas, quando essa monotonia chega, nao e pra quebrar uma magia, mas pra desvendar uma magia, a magia do bom convivio quando e descoberta a realidade do dia-a-dia.

Mas quantas vezes eu virei as costas antes de ver esse sol se por...

Um comentário:

  1. É, flor, o difícil é quando vira rotina. Mas não esquente. Qnd for a hora, a rotina também vai ter seu charme.

    Te amo tanto!
    Saudade gigante de vc, sempre.
    Bju enorme e abraço mais apertado do universo!

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