sábado, 24 de outubro de 2009

Outono

Outono e minha favorita estacao.
Sempre gostei do outono no Brasil, um ceu azul, uma calma, uma brisa repleta de uma paz... Nao qualquer paz, uma paz privada, no meio de um turbilhao de coisas, de um carnaval de aventuras, de uma labareda de acontecimentos.
Ver o outono daqui, causa uma emocao sem tamanho, um deslumbre por algo que e totalmente diferente. As cores das arvores entram em contraste com o ceu azul. Um glamour, uma 'competicao' entre as arvores que fazem das ruas suas passarelas. Matizes amarela-alaranjadas, vinho-avermelhadas, verdes e marrons. Uma aquarela. Tantas cores misturadas que as vezes parecem rosa, pessego, roxas. Cores que sao todas, mas ao final, nao sao nenhuma delas. Todas lindas, misteriosas e simples.
Gosto de vento quando sopram as folhas, e as fazem cair. Nao porque estao mortas, mas porque cumpriram sua missao e foi chegada a hora de partir.
Gosto de ver o solo se nutrir das folhas que se desintegram.
Gosto de ouvir os passarinhos cantarem e ver os pernilongos se recolherem.
Gosto das musicas altas e do sol por dentre os galhos.
Um cheiro de nada e pensamentos por tudo.

Acho que e assim que eu vejo minha vida: um constante outono. Uma emocao sem tamanho, um contraste com o ceu azul. Varias matizes que as vezes se confundem e que ao final, sao todas, mas nao sao nenhuma delas. Uma beleza, um misterio e uma simplicidade.
Mas sabe o que e mais engracado? As vezes tenho saudade do outono no Brasil...

Palavras grandes

Faz tempo que nao escrevo. Nao por falta de tempo, mas por falta de inspiracao.
Varias coisas tem tido relevancia na minha vida, desde a ultima vez que escrevi, mas nao consigo coloca-las na tela. E muito mais complexo, as vezes, escrever do que viver... sou uma 'metamorfose ambulante'.
Embora ame escrever, nem sempre e facil. E como se as vezes eu me engasgasse. Eu sinto dento de mim, quero colocar pra fora, porque e algo que me engasga, que me sufoca, mas e engracado como que eu nao consigo expelir...

sábado, 17 de outubro de 2009

Aniversario

Hoje me dei conta que falta pouco mais de um mes pros meus 25 anos. E isso meio que me assustou. Vejo que estou me tornando mais proxima das 'coisas serias' da vida. Nao tenho mais tempo pra 'brincar de casinha', e esperar pelas coisas acontecerem na minha vida. Esta proxima a hora que eu vou ter que levantar da cadeira, e continuar na batalha. Sair das ferias e voltar a trabalhar pesado. Voltar pra vida de adulto - ou comeca-la, sei la.
E engracado como vejo as pessoas ao meu redor, amigos, familia, cada um com sua vida, cada um com seus filhos, e eu nao sei se estou pronta pra isso.
Eu ja morei sozinha, sei como e ter a vida pessoal, profissional e social todas juntas e ter que administrar tudo isso. Ate que tirei de letra, entretanto, nao sei se estou preparada pra 'casar', 'ter filhos'. Nao sei se estou preparada pra deixar a condicao de filha, passar pra condicao de mae... ter mais mais funcoes a executar... nao sei mesmo.
Eu quero, ao voltar pro Brasil, conseguir um bom emprego, realizar meus planos pessoais como casa nova, novo carro, fazer mais viagens, mas pensar em ter uma familia, iniciada por mim, e mais do que complicado, e extremamente serio e requer demasiado esforco. Nunca e facil quando a vida e a mesma, mas a responsabilidade aumenta. Sera que existe treinamento pra isso???

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Tudo seria perfeito se nao existissem os dedos dele...

Era uma vez um casal que vivia feliz e contente, apaixonados, fazendo juras de amor eterno um ao outro ate que um dia, eles terminaram.

- Como assim?
- Terminaram!
- Mas o que que aconteceu?
- Ela terminou por causa dos dedos dele.
- Por causa dos dedos dele? Nao entendi!?
- E, ela disse que nao podia tolerar mais o jeito que ele faz com os dedos quando fica feliz, empolgado, quando vai contar uma coisa com otimismo.
- Como ele faz com o dedo?
- Nao sei, nunca reparei.
- Mas que coisa, nao. Eles se davam tao bem, eram um casal perfeito.
- Pois e. Coisa dela.

E quantas vezes essas coisas nao sao nossas, nao sao minhas?
Quantas vezes nao bloqueei grandes planos, nao terminei alguma coisa antes do suposto grande sucesso, por causa dos dedos?
Varias vezes!...
No comeco e muito facil ver as flores e se encantar com as pequenas bolhas de sangue produzidas pelos espinhos.
No comeco e facil virar a noite conversando, sendo que o horario de entrar no trabalho, no dia seguinte, e as sete.
No comeco e divertido, interessante, relevante e prazeroso.
Com o tempo, a bendita intimidade, a monotonia, quebram a magia do comeco, pra mostrar a realidade. E essa realidade e cruel. Comeca a existir a necessidade de 'colocar os pingos nos is', fechar a janela e trancar o cadeado, dobrar sem deixar vincos, esvaziar o lixo e colocar saco plastico novo. E isso alem de cruel e dificil, muito dificil...
No comeco se o que e pra durar meia hora dura cinquenta minutos, nao e nada; se a lampada queimou, pra que existe o abajur? Se faltou gasolina, 'hoje e minha vez de enxer o tanque'. Acabou a bebida? 'Essa rodada e por minha conta'.
So que com o tempo, a falta de paciencia torna um minuto a mais uma eternidade, o abajur so serve pra enfeite, 'e mais facil vender o carro ja que esta sempre sem gasolina', 'parei de beber porque nao aguento mais bebados'...
Isso e o que o tempo faz com com as coisas, com as pessoas... traz a intimidade, a monotonia.

E esses dedos, os mesmos responsaveis pelo termino do relacionamento, foram os quais um dia encantaram, que tornavam os gestos dele tao sutis e deslumbrantes que podiam ser comparados a uma orquesta sinfonica de tao sincronizados que eram as palavras dele com os movimentos dos dedos...

E o engracado e que essa sincronia que um dia esteve presente, sempre vai estar.

E como e comum a mim e a todas as pessoas, quando essa monotonia chega, nao e pra quebrar uma magia, mas pra desvendar uma magia, a magia do bom convivio quando e descoberta a realidade do dia-a-dia.

Mas quantas vezes eu virei as costas antes de ver esse sol se por...

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