Eu me dei conta que queria ser aquela chuva que, ao inundar as terras do nordeste, faz brotar a terra, enfeita de verde o solo arido e enche de vida o que parece morrer a cada segundo.
Mas eu me vejo sendo como tromba d'agua no sudeste, inundando as estreitas ruas, causando enchente. E eu nao quero terminar na lembranca como a destruicao de o que um dia foi bom e belo, como sujeira e um monte de entulhos. Nao quero ser como chuva de verao. Eu quero manter minhas nuvens leves, descarrega-las aos poucos. Quero permitir dias longos de sol, para que minhas gotas sejam desejadas. Quero ser a chuva que abencoa, que acalma, que nutre, que traz alegria.
E hoje eu colidi, um leve relampejo veio a luz, e eu temi pela chegada do trovao. Nao quero que chova, que os raios sejam despejados e que a calmaria de-se apos o tempo de seca. Mas eu to com medo. O nordeste fica longe, a colheita e necessaria, e o sertao, que um dia ja foi mar, embora cheio de sal, conheceu o que um dia foi agua. E eu nao tenho como chover.
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